Todo Corretor, Empreendedor, Investidor deve assistir “O Lobo de Wall Street’, mesmo que for para odiá-lo. O filme é muito interessante pois podemos extrair diversas lições que se aplicam no mundo dos negócios, ainda mais quando a trama é baseada nos fatos reais de uma pessoa que viveu tudo aquilo.
A História trata do corretor de ações Jordan Belfort, vivido por Leonardo DiCaprio, que perde o emprego em Wall Street. Após conhecer uma pequena corretora de ações de segunda linha, ele impressiona a todos com a maneira como consegue vendê-las facilmente. Ele, então, resolve abrir sua própria corretora, criando uma estratégia para vender ações duvidosas por valores altos.
O filme não considera muito a discussão ética em torno das ações e personalidade do protagonista. Chega a ser uma comédia, porém com cenas fortes envolvendo drogas e sexo. De qualquer forma, o filme mostra que o protagonista, com determinação e muito jogo de cintura, consegue dar a volta por cima.
Veja a lista:
1. Seja persuasivo e aprenda a vender
Belfort sabe falar, é persuasivo e cativante. Ainda que não entendesse muito do mercado (não a ponto de ser considerado um exímio operador), o seu poder da oratória o ajudava a utilizar uma técnica de vendas muito agressiva e efetiva. Com a mesma capacidade de conversar e vender, ele foi capaz de motivar sua equipe, ainda que toda essa capacidade de persuasão fosse uma estratégia de crescimento da Stratton Oakmont, corretora criada por ele, para beneficiar a própria empresa.
2. Tenha paixão e foco no que faz
Ainda que a paixão de Belfort pelo dinheiro tenha feito ele agir de maneira inescrupulosa, o seu amor pela profissão e pela indústria onde trabalhava era indiscutível. Nem a rotina diária massacrante e os muitos problemas pessoais tiravam sua energia a ponto de ele diminuir o ritmo de trabalho. O líder também demonstrou muito foco. O seu defeito, neste ponto, era levá-lo ao extremo. Qualquer empresário que use a determinação e motivação de Belfort para o bem certamente será beneficiado.
3. Contrate pessoas com potencial e forme um time
Belfort buscava, primeiramente, contratar pessoas nas quais, de alguma forma, acreditava. Quando ele está em um restaurante e chega o jovem Donnie Azoff e lhe pergunta como conseguiu comprar o carro, o corretor vê logo de cara a gana de Donnie por dinheiro e sucesso. Era esse o seu diferencial.
Para o Lobo, não estavam em primeiro plano as experiências e habilitações do profissional, mas a vontade de mudar a própria realidade e o potencial que ele enxergava nas pessoas. Está claro que ele também errava nessas contratações, mas acreditava muito na sua capacidade de formar um time forte e, principalmente, unido. Conforme ia contratando aqueles que via ter potencial, Belfort ensinava tudo ao seu time: mercado, técnicas de persuasão e até uma espécie de script para auxiliá-los nos contatos com os potenciais clientes. Sempre que os resultados no trabalho dos funcionários apareciam, o corretor os reconhecia, o que motivava ainda mais a sua equipe.
4. O líder vende esperança e vence
Ninguém, absolutamente ninguém gosta de trabalhar para um time de perdedores. Uma empresa que perde negócios e clientes todos os dias é uma empresa derrotista. O líder de vendas precisa inspirar as pessoas, precisa passar uma mensagem que o grupo é diferente, que o grupo é especial. Não precisa ser um “certinho” hipócrita. Você não precisa ”dar o tal do exemplo pessoal“, você precisa ser transparente com sua equipe, pois eles vão amar você pelo o que você é e não por aquilo que você finge ser. Jordan conseguia tirar o máximo da sua equipe, principalmente quando subia no palco improvisado do escritório e começava a falar o quanto aquele time tinha potencial. Ele se emocionava, gritava, ele vendia a sensação que todos eram invencíveis. Como não seguir um cara como esse?
Negativas do filme
5. Acredite no ditado “Quando a esmola é demais, o santo desconfia”
O filme ensina que é necessário desconfiar daquilo que parece bom demais para ser verdade. Os corretores da Stratton Oakmont, ao iludirem de forma descarada seus clientes, vendiam ações de baixo valor e liquidez a preços mais altos e prometendo retornos elevados – e lucravam com o golpe.
Uma lição fundamental relacionada a negócios pode ser tirada do filme: se algo é tão poderoso e infalível, por que os proprietários dessa inovação a venderiam para todas as pessoas? E por que tão pouca gente se interessava? É aí que o cliente deve suspeitar e desconfiar daquilo que está sendo oferecido, afinal (e infelizmente), nem todas as empresas e pessoas têm boas intenções.
6. Sonhe grande, mas sem mentir e passar por cima de outras pessoas
O Jordan Belfort daquela época não tinha escrúpulos. De forma mascarada e calculada, sua empresa mentia para as pessoas. De acordo com o crítico e filósofo Michael Potemra, o filme faz uma crítica às vítimas da Stratton Oakmont ao mostrar um bando de vigaristas e materialistas loucos por dinheiro.
É claro que é importante ser ambicioso e ter sonhos que nos motivem a lutar, no entanto, mais que isso, é necessário saber qual é o limite entre a ética do negócio, os valores pessoais, a moral e a ambição descarada. Será que tirar vantagens dos outros combina com seus princípios?
O Lobo de Wall Street mostra claramente o conflito entre a cobiça e a ética. Belfort termina como orador motivacional. Não por escolha própria, mas por precisar pagar os danos causados a todas as pessoas “feridas” pela sua empresa. E como um bom vendedor, ele ainda faz muito sucesso, mas agora ensinando suas técnicas de persuasão, não aplicando-as em golpes e fraudes.