O esquema que induzia pacientes a se submeterem a procedimentos cardiológicos sem necessidade com o intuito de vender próteses e desviar recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), também conhecida como Máfia das Próteses, sofreu mais um revés com uma nova operação da Polícia Federal.
De acordo com o órgão de segurança foram emitidos 72 mandados a serem cumpridos nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro, sendo oito de prisão temporária, sete de condução coercitiva, 36 de sequestro de bens e 21 de busca e apreensão.
As investigações da PF encaminham para uma possível falsificação de documentos em que os profissionais levavam os pacientes a realizar procedimentos sem a necessidade. As próteses não utilizadas eram então desviadas para as clínicas dos envolvidos na máfia.
Estima-se que as propinas recebidas pelos médicos do esquema eram de até R$1 mil por prótese, chegando ao valor de R$110 mil por mês em alguns casos.
O Ministério Púbico começou a investigar o caso após a denúncia da morte de um paciente que pagou R$40 mil para ser atendido pelos profissionais envolvidos. A investigação mostrou ainda, que além de receber o dinheiro das próteses, os médicos também cobravam pelos procedimentos cirúrgicos.
Foram ouvidos no plenário 10 da Câmara dos Deputados, Mario José Bueno, representante da diretoria do Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro; João Maurício Gomes da Silva, ex-assessor técnico da Direção Regional dos Correios no Estado do Rio de Janeiro; Maris Stella Seixas, representante do Hospital Federal de Bonsucesso do Estado do Rio de Janeiro e Nieli de Campos Severo, advogada do Rio Grande do Sul. Eles são responsáveis por interrogar os participantes sobre as fraudes do setor.
Entre os crimes em que os envolvidos foram indiciados estão, estelionato contra entidade pública, falsidade ideológica, uso de documento falso, associação criminosa, corrupção ativa entre outros.