O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) encomendou um estudo à Tendências Consultoria que aponta o cenário geral dos custos e reajustes de preços no setor da saúde.
A análise foi apresentada na última terça-feira (3) durante o seminário “Efeitos da regulação sobre a saúde suplementar – um debate sobre os aspectos econômicos e a sustentabilidade do setor” e defendeu incentivos a competição e maior transparência nos processos das operadoras como solução para estimular o equilíbrio de custos e os reajustes do mercado.
O estudo foge da premissa proposta por diversas organizações e legisladores que defendem o controle do governo sobre os preços e reajustes dos planos. Isso acontece por conta das elevações em custos dos planos que estão um pouco acima da inflação geral.
Um dos pontos principais levantados pela análise é a própria experiência da saúde suplementar no país que foi inibida nos últimos anos. De acordo com os dados levantados na apresentação, em 2001, 30,3% do total de clientes gerais possuíam planos de saúde individuais no Brasil, em 2014 esse número se reduziu para 19,1%.
Já em relação aos planos de coletivos (empresariais e por adesão) o índice de beneficiários subiu de 69,7% para 80,9% no mesmo período.
É defendido na análise, ainda, a prática de reajustes como historicamente negativa e prejudicial ao mercado, agravando seus desafios e enfrentando altas em seus custos independente do setor econômico em que faz parte.
A regulação de preços, na prática, representa então para os estudiosos crises de desabastecimento, perda de qualidade e alta da inflação, ou em sua maioria a união dos três fatores em todos os países que a medida foi adotada.
As principais causas do aumento dos custos apontados no estudo são a assimetria de informação entre os participantes do mercado, dando destaque para a prestação de serviços e pouco incentivo ao setor, que representam então, ações diretas nos fatores que impulsionam o segmento e não apenas o controle dos valores.
A apresentação tomou como conclusão a competição e contenção de custos no setor como principal fonte de baixa dos preços, complementada com estímulos aos profissionais. Essas medidas seriam na opinião dos estudiosos eficientes ao sistema e apresentariam ganhos mais sustentáveis ao segmento.