A Fenasaúde divulgou na primeira semana de agosto o “Boletim de saúde suplementar – Indicadores Econômico-financeiros e de beneficiários” que se baseia nos dados da Agência Nacional de Saúde e mostra o desempenho das operadoras, as despesas e faturamento em relação ao crescimento do setor.
De acordo com o documento um dos pontos de maior destaque foram o custo das despesas assistenciais e administrativas das operadoras. De cada R$100,00 recebidos de planos de saúde por mensalidade, R$98,00 são usados para fins de custear esse tipo de despesa, isso no período de 12 meses encerrados em março de 2015.
O faturamento das operadoras de planos de saúde associadas ao Fenasaúde chegou a R$54,3 bilhões no período do estudo, isso representa uma alta de 14,3% em relação ao mesmo tempo do ano anterior.
As contraprestações com despesas total, no entanto, também acompanharam esse crescimento e comprometeram em média – para as operadoras que são associadas a Federação Nacional de Saúde Suplementar – 98,2% da sua renda. As demais operadoras não associadas à federação, despesa total foi de 101,7% da receita de mensalidades.
Quando se trata dos resultados operacionais o resultado foi positivo em R$1 bilhão para as empresas associadas à Fenasaúde. Já as que não são associadas apresentaram um resultado operacional negativo em R$1,3 bilhão.
Em Junho de 2015 a ANS fixou em 13,55% o reajuste a ser aplicado aos planos individuais e familiares contratados a partir de 1999, esse índice, porém, parece ser insuficiente para o cobrimento dos custos das despesas assistências per capita – também chamada de inflação médica – que é duas vezes superior à inflação que mede os outros valores da economia.
Outro ponto que aumenta os custos é o maior número de idosos entre os beneficiários. São 6 milhões de pessoas com mais de 60 anos, um crescimento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A Federação Nacional de Saúde Suplementar já estuda medidas para conter a inflação médica como a redução do ritmo de ampliação das coberturas obrigatórias, a remuneração de profissionais por desempenho e a criminalização das indicações médicas abusivas.