A revista Exame publicou na última quarta-feira (7) um artigo da qual explica através do exemplo da Amil o atual cenário da saúde suplementar no país, relacionado principalmente aos custos que estão acima da arrecadação das operadoras e que causam prejuízo à área.
Adquirida pela United Health – maior operadora de saúde dos Estados Unidos – a empresa mostra dificuldade em seu crescimento mesmo após a negociação e a excelente gestão da compradora ao redor do mundo.
De acordo com a publicação, a negociação entre a operadora americana e o médico Edson de Godoy Bueno, dono da Amil, custou 10 bilhões de reais e até o momento o investimento não foi recuperado. Desde que a empresa americana assumiu o mercado a Amil apresentou seus primeiros balanços no vermelho e um prejuízo de 259 milhões de reais só no ano passado.
Apesar do crescimento de 64% no faturamento em dois anos, o custo benefício é baixo e não é suficiente para a compensação dos custos e serviços do setor.
Entre os principais pontos destacados pela publicação para este quadro estão a adequação da empresa ao mercado brasileiro, a inflação médica no país que deverá avançar 18% em 2015 de acordo com previsões dos economistas. O Brasil possui hoje uma das maiores taxas de saúde do mundo, assim como diversos casos de desvios tantos em serviços como em produtos superfaturados que prejudicam o desenvolvimento da saúde suplementar.
Outros fatores que contribuíram para a “estagnação” da Amil são as novas determinações da ANS como o encurtamento do prazo para agendamento de consultas que obrigou as empresas a aumentarem suas estruturas, ou seja maiores investimentos e custos.
Por fim a estratégia de implementação de um sistema integrado para gerenciamento do relacionamento entre a operadora e os hospitais, além do enxugamento de sistemas e a digitalização de processos de agendamento de consultas da operadora geram facilidades aos clientes e no atendimento, porém criam novos custos e investimentos que podem provar que o investimento da americana ainda seja precoce para o mercado nacional.
Confira a publicação completa aqui.